quarta-feira, 6 de maio de 2015

Malba Tahan

Malba Tahan

Publicou ao longo de sua vida cerca de 120 livros sobre Matemática Recreativa, Didática da Matemática, História da Matemática e Literatura infanto-juvenil, atingindo tiragem de mais de 2 milhões de exemplares. Seu primeiro livro - Contos de Malba Tahan - foi publicado em 1925.

Sua obra mais popular, O Homem que Calculava (mais de 40 edições) conta a história de um árabe que em suas andanças pelo deserto usa a matemática para resolver problemas característicos da cultura árabe. Foi premiada pela Academia Brasileira de Letras quando de sua 25ª edição em 1972. Traduzida para vários idiomas, foi editada nos últimos 5 anos na Espanha, EUA e Alemanha. Sua vida e obra foi objeto de recente matéria na conceituada revista Science (EUA, set. 93).

Sua importância na história da literatura e da educação brasileira é incontestável tendo sido lido, aclamado e reconhecido por gerações inteiras durante os últimos 70 anos. Em 1952, o presidente da República publicou um decreto oficial que permitiu ao cidadão Júlio César de Mello e Souza o uso legal do pseudônimo Malba Tahan.



Malba Tahan é ao lado de Sam Loyd, Yakov Perelman e Martin Gardner, um dos mais importantes recreacionistas e popularizadores da Matemática de todo o mundo.

A obra de Malba Tahan deve ser encarada como obra clássica por sua contínua atualidade. Em sua obra, sólida e visionária, é sempre possível encontrar respostas, indagações ou reflexões sobre problemas atuais do ensino brasileiro, em especial do ensino da Matemática.

O resgate da memória e da obra de Malba Tahan é de grande oportunidade para o momento, devido a sua importância no campo da Educação Matemática. 

Os recentes avanços da Educação Matemática no cenário brasileiro e internacional tem recomendado, através de congressos e revistas especializadas, transformações metodológicas e curriculares presentes na obra de Malba Tahan. Entre as principais propostas, em debate ou implantação nos atuais programas curriculares, merecem destaque aquelas que podem ser aprofundadas através da obra de Malba Tahan:
 Um ensino centrado na Resolução de Problemas significativos;
 Atenção às aplicações realistas;
 Abordagem histórica da Matemática;
 Utilização de Jogos e Materiais Concretos;
 Uso e disseminação do Laboratório de Matemática;
 Exploração de atividades lúdicas e recreativas no ensino;
 Uso do texto literário no ensino de Matemática.

Em homenagem ao centenário de seu nascimento ocorrido no ano de 1995 a Câmara Municipal da cidade de São Paulo e a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro criaram o Dia da Matemática a ser comemorado todo dia 6 de maio através de eventos, trabalhos, feiras, teatro, leituras, exposições escolares e outras atividades.

Fonte:http://www.matematicahoje.com.br/telas/cultura/historia/educadores.asp?aux=A



Contos Matemáticos

Salim, o mágico

Os leitores de Júlio César de Mello e Souza, o Malba Tahan, acostumaram-se com o seu mundo de mistérios e emoção — habitado por odaliscas, xeiques e beduínos —que, em meio à fantasia, ensinou gerações a aprender matemática. Mas quem poderia imaginar que Malba Tahan, em plena ditadura militar, tenha escrito um livro que, na forma de uma fábula adulta, criticava duramente a políticos famosos, generais de pijama e ao próprio governo? Escrever Salim, o mágico foi um gesto de coragem. Na década de 1970, quando a liberdade de expressão fora banida deste país, Malba Tahan, publicou as histórias de um modesto cordoeiro de Damasco que, devido ao mais puro acaso, transforma-se num famoso mágico, durante o reinado de um glorioso califa. O romance oriental sírio-libanês seria mais uma das fantásticas histórias juvenis do mestre se a intenção do corajoso professor não fosse denunciar a corrupção, "o jeitinho brasileiro", as benesses e as manobras dos nossos políticos. Nos títulos dos capítulos, a crítica é incisiva: "A nossa polícia não dorme", "As façanhas de Lacerta", "O capitão e os generais reformados", "O camelo de chapa branca" ou "O capitão fala dos esquerdistas". Os personagens — generais de pijama, chefes de polícia, políticos, presidentes — são facilmente reconhecíveis: Lacerta desejava apoderar-se do governo de El-Raslib. Interessava-o o poder. Que fez então? Sendo muito jovem, orador brilhante e escritor imaginoso e fluente [...] armou Lacerta uma intriga tão grave e aviltante contra o xeique Etchag que este, desesperado, abandonado pelos amigos, pelos parentes e até pelos militares, viu-se obrigado a deixar o cargo de governador. E como era um homem brioso, de boa fibra moral, não suportou o vexame da derrota política e praticou o suicídio." Outro personagem era "um gramático de certo prestígio chamado Moslaha Djehnem, apelidado Hakma, também chamado o Vassoura, homem magro, de voz esganiçada. A princípio, tudo correu bem. O povo confiava na capacidade de Hakma e julgava-o, por sua viva sensibilidade e firmeza, capaz de salvar o país dos contrabandistas, liquidar com os falsários e exilar os xeiques corruptos. (...) Fui um dos muitos que acreditaram nele. Confesso, agora profundamente envergonhado. Para descrever a corrupção da época, Malba Tahan não mede as palavras e suas descrições continuam extremamente atuais: "Sabemos, por outro lado, de austeros e circunspectos muçulmanos que ingressam num cargo público (de salário modesto) e deixam esse cargo, no fim de algum tempo, ricos, principescamente ricos. Citarei, apenas, dois exemplos: o governador Al-Demar Ben Lick, do Hedjaz, e o general Torak Hanifa, que foi prefeito em Alepo. Estão ambos riquíssimos. Para os generais, as críticas mais irônicas: — E o senhor não acha excessivo, para o nosso país, esse número fabuloso de generais reformados, de almirantes e coronéis inativos? — arriscou, muito tímido, na sua ingenuidade, o cordoeiro Salim. De forma alguma — contestou, com veemência, o capitão numa labareda de entusiasmo — De forma alguma. Precisamos triplicar ou quintuplicar esse número. Sim, disse bem: quintuplicar! Júlio César de Mello e Souza — o escritor Malba Tahan — nasceu no dia 6 de maio de 1895. Natural do Rio de Janeiro, passou a infância em Queluz, cidade do interior de São Paulo. Formou-se em engenharia na Escola Politécnica. Foi, por mais de sessenta anos, professor. Deu aulas de História, Geografia, Física, mas foi a temida Matemática que lhe trouxe fama e prestígio. O pseudônimo surgiu com a união do nome de um oásis do Iêmen, Malba, com o sobrenome de uma aluna, Tahan que significa moleiro.

Fonte:http://www.fnac.com.br/salim-o-magico/p/223094


Problemas de Malba Tahan


AS NOVENTA MAÇÃS
Um camponês tinha três filhas, e como quisesse, certa vez, pôr à prova a inteligência das jovens, chamou-as e disse-lhes: — Aqui estão 90 maçãs que vocês deverão vender no mercado. Maria, que é a mais velha, levará 50; Clara receberá 30, e Lúcia ficará com as 10 restantes. Se Maria vender 7 maçãs por um tostão, as outras deverão vender também pelo mesmo pre- ço, isto é, 7 maçãs por um tostão; se Maria resolver vender a 300 réis cada uma, será esse o preço pelo qual Clara e Lúcia deverão vender as maçãs que possuírem. O negócio deve ser feito de modo que todas as três apurem, com a venda das maçãs, a mesma quantia. — E eu não posso dar de presente algumas das maçãs que levo? — perguntou Maria. — De modo algum — replicou o velho camponês. — A condição por mim imposta é essa: Maria deve vender 50, Clara deve vender 30, e Lúcia só poderá vender 10. E pelo preço que Maria vender, as outras devem também vender. Façam a venda de modo que apurem, no final, quantias iguais. 

Solução Maria iniciou a venda fixando o preço de 7 maçãs por um tostão. Vendeu desse modo 49 maçãs, ficando com uma de resto, e apurou nessa primeira venda 700 réis. Clara, obrigada a ceder as maçãs pelo mesmo preço, vendeu 28 por 400 réis, ficando com duas de resto. Lúcia, que dispunha de 10 maçãs, vendeu sete por um tostão ficando com 3 de resto. A seguir, Maria vendeu a maçã com que ficara por 300 réis. Clara, segundo a condição imposta pelo pai, vendeu as duas ma- çãs que ainda possuía pelo novo preço, isto é, a 300 réis cada uma, obtendo 600 réis, e Lúcia vendeu as três maçãs de resto por 900 réis, isto é, também a 300 réis cada uma. Terminado o negócio, como é fácil verificar, cada uma das moças apurou l$000.

Fonte:http://www.sjt.com.br/tecnico/gestao/arquivosportal/Malba%20Tahan%20-%20Matematica%20Divertida%20e%20Curiosa.pdf

Aluna:Mirna Maria Barbosa Sarmento


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