quarta-feira, 1 de abril de 2015

                     Hospital terciário


partir de janeiro de 2004 a Unicamp iniciará a implantação de um plano para readequar o Hospital de Clínicas (HC) à sua verdadeira vocação, que é a de hospital terciário e quaternário. A proposta, que já foi discutida com a Divisão Regional de Saúde (DIR12), ligada à Secretaria de Estado da Saúde, e com os conselhos municipais de saúde na região, prevê, entre outras medidas, a reorganização do atendimento no pronto-socorro e nos ambulatórios, que passarão a dar prioridade aos casos referenciados de maior complexidade. 
Para isso, o antigo setor de pronto-socorro passará a ser chamado de Unidade de Emergência Referenciada (UER) cujo principal objetivo será atender pacientes graves. Todo encaminhamento à UEF será feito através de contato telefônico pelos sistemas de resgate ou pela Central Reguladora de Vagas da DIR12 e da prefeitura. O mesmo procedimento deverá ser observado para as consultas ambulatoriais. O HC também destinará 18% dos leitos das especialidades para procedimentos considerados estratégicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como transplantes, cirurgias de epilepsia e implante coclear, entre outros. Os leitos de UTI, retaguarda do UER e oncologia ficaram fora destas modificações.
O plano foi discutido por um grupo de trabalho formado por 19 integrantes da área de saúde, incluindo docentes, estudantes e profissionais que respondem pelos diversos departamentos do HC. Segundo o grupo, as mudanças têm como principal objetivo preservar o papel do hospital no sistema regionalizado e hierarquizado, instituído pelo governo federal. “A nossa proposta é que o hospital universitário seja um espaço de atendimento especializado, como transplantes e tratamento do câncer, bem como de pesquisa, ensino, residência e pós-graduação”, disse em recente entrevista ao Jornal da Unicamp o secretário executivo Ministério da Saúde e ex-secretário municipal de saúde, Gastão Wagner de Souza. 
Isso não significa, porém, que a Unicamp deixará de fazer atendimento primário e secundário na rede pública. Segundo a diretora da Faculdade de Ciências Médicas, Lilian Tereza Lavras Costallat, que integrou o grupo de trabalho, esse atendimento continuará ocorrendo como parte da formação dos alunos de graduação e residência. “A diferença é que eles passarão a atuar com mais intensidade nas unidades básicas de saúde (UBS) e nos hospitais secundários da rede pública, onde são inseridos desde cedo como parte do currículo”, explica.
“Com essa mudança, a população será atendida nas unidades adequadas aos níveis de complexidade dos casos”, diz o diretor da DIR12, Sergio Grecco. Segundo ele, o plano deverá desafogar o sistema e melhorar a qualidade no atendimento regional.
“Os municípios da região já estão equipados para oferecer atendimento primário e secundário”, garante. Grecco classificou o caso específico de Campinas como “privilegiado”. De acordo com ele, a rede municipal dispõe de técnicos de alta qualidade, equipamentos modernos e unidades bem estruturadas. “O município é capaz de atender facilmente à demanda que chega à Unicamp sem estar referenciada para procedimentos mais complexos”, diz.
O diretor da DIR acredita que a readequação do HC à sua vocação original deverá gerar um impacto positivo em todo o sistema. “O que está sendo feito chama-se educação em saúde”, afirma. Segundo ele, na medida em que o sistema é organizado, pode-se racionalizar os recursos e elevar a qualidade do atendimento. “A Unicamp não está fazendo isso sozinha; é um trabalho integrado com a DIR e as prefeituras”, observa.

http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/dezembro2003/ju240pag03.html

Aluno: Rafael Penzza 

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