sexta-feira, 6 de junho de 2014

      Donos de bares investem de R$ 3 mil a R$ 40 mil em                                               esquema para a Copa

 Do marrom, o Bar da Paixão agora se veste de verde e amarelo e trocou a televisão de tubo por uma 60 polegadas. Localizado no Stiep, bairro residencial de Salvador, o pequeno bar foi recauchutado para entrar no clima da Copa do Mundo. Maria da Paixão, proprietária de 60 anos, investiu em torno de R$ 3 mil nas mudanças para reunir moradores e amigos nos dias de jogos. A uma semana do Brasil enfrentar a Croácia, parte das mesas já está reservada. "Vamos servir amendoins, bolinho de bacalhau, aimpim com carne do sol, cordona e ovos de cordona e caldo de quenga, o de galinha. Vai ter muita animação", come.
Mais três freezers, quatro garçons e televisão 47 polegadas. Mesmo fora do principal circuito de bares, a Barra, o Piauí, situado em rua homônima na Pituba, reforça e muito o esquema para atender os clientes “extras” no período da Copa. O bar tem 21 anos, é pequeno, informal e os petiscos, famosos. Por isso, a principal preocupação do dono, Antônio Carlos Santana (o apelido dele também é Piauí), é ter estoque de alimentos.
Na rede “Caranguejo de Sergipe”, que já atua com foco no futebol ao longo do ano, o investimento dos sócios atingiu faixa de R$ 40 mil em cada uma das três unidades na capital baiana. Os jogos vão poder ser vistos em telão em alta resolução, com suporte de mais 10 televisões no espaço do bar.  Garçons têm agora farda nova, personalizada com tema da Copa, e o cliente estrangeiro pode definir o prato escolhido com apoio de um tablet. “Estamos com trabalho forte na preparação da equipe. De atender melhor aos clientes, entender que é momento de festa. Estamos com cardápio em inglês e espanhol, e um digital no tablet. É muito difícil achar uma pessoa que fale fluente outra língua e queira ser garçom. Com a mão de obra que temos, é muito difícil”, afirma.“Tenho que armazenar mais quantidade de porco siri, bode, tripa de porco. Os produtos que mais saem, estamos aumentando o estoque. Assim como frutas, como jabuticaba, pitanga. Conseguimos uma quantidade boa. Os turistas vão passar pouco tenho aqui, por isso, temos que dar um banho de saudade. Uma das coisas que tem me tirado o sono não é o dinheiro, mas a permanência do meu trabalho. A pessoa, quando é bem tratado, volta”, diz Piauí. O número de garçons cresce de oito para 12.  Piauí também precisou comprar mais pratos, copos, compotas e talheres.

No Centro Histórico, o charme do Santo Antônio Além do Carmo atrai turistas em busca de hospedagens aconchegantes e de movimento cultural. É lá que fica o bar Cruz do Pascoal, mantido pelo espanhol Porfírio Amoedo há cerca de 60 anos, quando assumiu o negócio da família. Apesar do cenário propício, o galego que saiu do país na época da ditadura franquista não tem percebido aumento da clientela.

“Eu espero tudo, mas estou achando muito fraco. O Centro Histórico tinha muito movimento noturno e está tudo parado. Acho que é um reflexo mundial. Aqui tem tira gosto, cerveja, gente com disposição para atender, uma televisão...”, conta se divertindo. Aos 72 anos, quase 60 no país, o dono de bar confessa, já empolgado: “Vamos torcer para o Brasil”. “Eu tenho que ficar calado. Filho, neto, todo mundo torce pelo Brasil. Mas, tudo na vida é sorte. Pelé fazia muito gol, mas não era só ele. Se Neymar tiver sorte, vai entrar para a história. Deus ajude”, diz.
Fonte:http://g1.globo.com/bahia/noticia/2014/06/donos-de-bares-investem-de-r-3-mil-r-40-mil-em-esquema-para-copa.html
                                                                                        Lígia Amorim

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